quarta-feira, 14 de julho de 2010

Os demonios dentro de nós.


Assisti hoje Os Demonios de Dorothy Mills, história de uma garota que tem multiplas personalidades. Entre elas há garoto ruim, bravo; outra, uma vadia, outra uma criancinha de tres anos sem noçao de morte; outro garoto que protege Dorothy, e a Dorothy em si.
O filme me fez refletir sobre como todos nós temos multiplas personalidades, ainda mais nós, bipolares.
A única diferença é que quanto mais juntas as suas personalidades são, mais normal você é considerado, e quando outra personagem assume, é só uma mudança de humor. Mas quando é bipolaridade, os personagens mudam, mais drasticamente, e quando você está em um surto, ninguem te reconhece, você se torna outra pessoa, mas ao mesmo tempo você é você. Acho que só quem é bipolar entende o que quero dizer. Nós ficamos cegos de tudo, e entramos no auge da euforia, depois vem a depressao. Nossa vida é uma montanha russa.Onde ás vezes os trilhos escapam.

sábado, 10 de julho de 2010

Um corpo que cai

- Fala pra mim, o que você está sentindo? Fala comigo - minha mãe estava desesperada, tentando saber.

Minhas lágrimas escorriam sobre o meu rosto. Eu nã sabia ao certo o que estava sentindo. Era muito dificil. Eu estava tentando falar o que era, mas eu simplismente não achava as palavras. Fiquei pensando, e pensando, se tudo era culpa minha, se era o meu fracasso para cuidar dela, se era minha culpa aquela situação, se eu apenas não tivesse voltado, se eu não tivesse nem ido. Se eu não tivesse tantos problemas, se ela não estivsse doente.

Se, se, se, se, se acontecesse aquilo ou isso seria diferente em algo. Bom, eu nunca vou saber, mas naquela hora eu soube o que estava sentindo, era como quando eu deitei na cama, meu corpo se jogasse num abismo, parecia que eu estava sentindo o vento da queda no rosto, Ah, aquele vento, era tão triste, tão fracassado, mas ao mesmo tempo parecia que era minha unica opção, meu unico refugio. Na minha mente quando meu corpo chegou ao fundo do abismo, o toque no chão foi estrondoso, seco, chocante. Depois que eu vi que eu iria sobreviver a tal queda, eu sai daquela cama e vim escrever isso, O meu mais puro sentimento de sobrevivencia, de esperança em viver. Talvez isso me faça mais uma cicatriz, ou mais um sentimento vazio, mas talvez posso me dar mais força. Quem sabe?

Lembrança

Estou com aquela camisa, depois de ser lavada por varias vezes ainda sinto o cheiro do medo. Medo que eu estava, de ser pega, de ser achada. Cheiro de fraqueza. Foi um surto continuo aqueles dias, só sei que eu estava cega de arrogância e orgulho. Não queria voltar pra casa, ia de amigo em amigo. Foi humilhante, foi degradante. Lamentável. Mas não me arrependo, porque tudo tem um caminho, eu segui o meu.

Quando me vêem agora, acham que está tudo bem. Não está. Os flash backs daquela aventura passam pela minha cabeça, e fico imaginando a angustia de alguns por mim. Ou talvez não, talvez eles estavam tão acostumados com meus surtos que não se preocupavam mais.

Eu estou tentando recuperar meu tempo perdido. E eu vou, pode apostar, eu quero, eu preciso. Preciso de algum triunfo pra saber que não foi tudo em vão. Preciso saber que pelo menos por algum ponto de vista eu ganhei.

Não consigo escrever direito por causa da dor no dente, ou será que consigo escrever melhor porque isso me estimula? A dor mostra quem você é. Talvez seja por isso que gosto dela.
Ela me liberta.